quinta-feira, 9 de junho de 2011

A morte




A morte vem de longe
vem do fundo do céu
Desce para os meus olhos
vira para os teus
Desce das estrelas
das lindas estrela
das louca estrelas
Trânsfuga de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada
A desesperada.
Do amor fatricida
Dos homens ! Dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.

A marca de uma lagrima



Ha o instante da chegada
E o momento da partida
Quanto a vida já vivi?
Quanto resta a ser vivida?

São dois espelhos quebrados
Dois vezes sete de má sorte
Já vivi dezessete anos
Quanto resta para a morte?

È fácil vê-la chegando
Em cada instante que se passa,
pois se começar a morrer
No momento em que se nasce.

Vou caminhar pra morte
não decidir o meu nascer
Da morte não sei o dia,
Mas posso saber !!!

Pedro Bandeira - 1986

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Trevas


Estou desolada, ando nas trevas
e o que me ilumina é a
fogueira de corpos procurando beleza,
mas a vida já é cega, procuro,
mas até as flores já não tem aroma.
Procuro você mas você não me encontra.
A beira do abismo, o que nos segue é um passo,
um laço,
um pequeno raso vaso de luz.

Medida Certa




Venha apenas só bandejar meu sangue,
que leve suas sujas mãos,
pra você fabular que sabe minha dor,
sendo que nem conhece qual é
muito menos quem.....
Quê mesmo ?

Sinto uma dor tão doce,
me pega,
me leva de combinar
sofrer e sorrir
na medida certa.

Repouso



Já não se sabe se só é corpo ou lençol
ou somo e secreções.
Trancada nesse quarto é esquecer,
ser muito menos saber o quê ;
A porta é estar fechada parede,
prender o escuro ali consigo.
De outra forma abrir
seria raspar seu sangue e dor.

Venha



Vou arrancar as folhas
meter fundo as unhas
Mesmo que o papel sangre.

Vou doer para poder sorrir
mesmo que sangrando chega
que recusas ao teu ser.

Até que me matando possa resistir
vou apesar disso pedir que não demore....

a aceitar o que momento nos move
mesmo admitindo que o que diga juntos nos crave .

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um pedido jaz

Vazio....
Rastro de pólvora, a porta fechada da fuga
e a música de sangue muda, escorrendo pelos meus ouvido
do tempo que eu ainda teria nascido ou pelo menos dito coisas alegres;
outras boas mesmo que breves, que queriam sair de mim,
que desejavam ver e se libertarem assim que eu acreditava ser
ou pelo menos ter antes dos dias, destes dias, da dor de aço em cada passo
de cada porta emoldurando-nos os laços irrecuperáveis; inenarraveis
e um tempo de achar algum canto de chorar, arrepender, partir, sarar, existir
ou apenas fugir, fingir ter força nas horas de forca que marcam segundos
de sonhos finitos, de deixar apenas lembranças do que poderia ter sido bonito
antes de criança já partida.
Adeus...
È a unica esperança ou semelhança que nos cerca une e despedaça,
e o que me corre nas veias envenena meu olhar meu toque e separa entre
o abraço e esmola do choque insuspeito defeito de um coração errante,
fumaças gastadas de passados distantes que jamais serão resgatados.

Quero de ti



De ti quero o pior, quero tuas marcas, mágoas,
mentiras, dores, ódios, e teus horrores.
Quero ferir em mim tuas chagas, me escorrer
em teu sangue sujo, engolir teu veneno,
tirar aos poucos esta vida que é tudo
que tens, que é tudo que és verme.
Vai morrer entre meu dentes mesmo
que sepulte em mim tua doença de ser gente.

Nu



Não espere mais a bondade
Ela já faleceu de mim

deixe-me sentar aqui um pouco
e matar meu coração
Porque o corpo precisa ainda continuar
vou chorar um pouco
para lavar minha pequena alma

Pode matar meu corpo
mas meu espírito sera sempre liberto

a verdade ?
Já prenderam e mataram meu corpo
e meu espírito não quer fazer parte disso
nem lembrar do que escapou
deixa-o ir

Pelo menos enquanto tem força
Para Partir

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Seres Góticos













Somos seres de sentimentos escuros,
Fantasma noturno que choram,
Pelas tristezas que nos devoram,
Nos pensamentos obscuros.

Nossas almas melancólicas,
Vagam pela noite sombria
Em busca de alegria ilusória,
Perdida nas sombras exóticas.

Vidas destruídas por ilusões,
Por favor não tenha medo
De uma alma triste e
amaldiçoada.

Trajando quase sempre luto,
Somos os estranhos frutos
Do mundo feliz que não existe.